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Foto do escritorLucas Costa

Máquinas de Negócios da Televisão Brasileira e o Media for Equity

A mídia e a publicidade, nos últimos anos, tem se transformado rapidamente. As empresas e startups estão repensando suas estratégias para alcançar o público de maneira mais eficaz. A motivação para escrever esse artigo foi que recentemente li o livro Comunicadores S.A", de Fernando Morgado. O livro explora como os maiores apresentadores de TV do Brasil se tornaram verdadeiras máquinas de negócios, capitalizando suas marcas pessoais e influência para criar impérios empresarias. De forma paralela, uma estratégia de negócio, o Media for Equity, está ganhando força como uma alternativa inovadora para empresas em crescimento. Neste artigo, vamos explorar esses dois tópicos e como eles estão moldando o futuro da publicidade.



Em primeiro lugar, o livro "Comunicadores S.A", de Fernando Morgado, foi um dos melhores livros que li durante o ano de 2023. Além de possuir uma abordagem simples e didática, ele trás com profundidade os detalhes da vida empresarial de cada apresentador. O autor, durante o livro, comenta sobre 8 apresentadores: Ana Maria Braga; Fausto Silva (Faustão); Gugu Liberato; Luciano do Valle; Luciano Hulk; Ratinho; Raul Gil; Silvio Santos. Todos com grandes carreiras e com histórias bacanas de conhecer. Os que mais me surpreenderam (e recomendo que comece por eles) foram as histórias de Gugu Liberato, Silvio Santos e Ratinho. A semelhança entre os aspectos empresariais dos três apresentadores é o que me motivou a escrever esse artigo e compartilhar com vocês o modelo que está em alta no mundo dos negócios hoje: o Media for Equity.



O termo Media for Equity é um modelo de negócio onde empresas de mídia, como emissoras de televisão, rádios, jornais e plataformas digitais, investem seu espaço publicitário em startups ou empresas emergentes em troca de participação acionária. Ou seja, ao invés de uma empresa pagar diretamente pelo espaço publicitário, ela oferece uma porcentagem de suas ações para a empresa de mídia em questão.


Esse modelo é bastante atrativo para startups que precisam de visibilidade e alcance, mas talvez não tenham o capital ou caixa necessário para investir em campanhas de mídia em grande escala. Da mesma forma, para as empresas de mídia, representa uma oportunidade de investir em empresas inovadoras e de crescimento rápido, com o potencial de retorno significativo sobre o investimento à medida que essas startups crescem.


Para realizar um acordo no modelo Media for Equity geralmente as negociações envolvem avaliações detalhadas sobre a startup, a quantidade de espaço publicitário a ser fornecida, o período de tempo durante o qual a mídia será veiculada e o percentual de ações a ser entregue à empresa de mídia. É uma estratégia que vem sendo cada vez mais adotada, especialmente em mercados onde o empreendedorismo digital está em alta e as empresas de mídia buscam diversificar seus investimentos e fontes de receita.



Em geral e de forma resumida o Media for Equity é isso. Futuramente irei escrever somente sobre ele e suas especificidades. Os três apresentadores que citei no começo do artigo fizeram boa parte do sucesso financeiro utilizando esse método. Gugu Liberato utilizou seu programa "Domingo Legal" para fechar grandes contratos com a Bauducco e Telefônica. Além disso, as empresas de Gugu, em grande parte, eram empresas comuns e utilizou de seu nome e imagem para passar maior credibilidade e visibilidade para as marcas, sem realizar trabalho operacional nenhum, apenas sua imagem. Outro exemplo é o Ratinho, utilizando seu programa "Programa do Ratinho", deu visibilidade para empresas como a Gazin e Havan. Por fim, o Silvio Santos é um dos pioneiros no Brasil e exemplo desse modelo de negócio. As parcerias que ele realizou são bem famosas, como o Baú da Felicidade, Tele Sena e, a mais famosa, Jequiti.



O Media for Equity é um modelo não muito antigo, mas que só vem crescendo. A estratégia que as empresas buscam é fazer com que o influenciador ou empresa em questão não pareça que está ali pelo contrato e sim pela "paixão" pelo produto ou serviço. Dessa maneira, os consumidores que se identificam com o influenciador, acaba se identificando com a marca de forma inconsciente, por mera assimilação de valores entre o influenciador e a empresa.


Atualmente existem milhares de contratos nesse modelo. No Brasil, o mais famoso é o da Anitta e Nubank. Iniciada em 2021, a Instituição Financeira cedeu uma cadeira no conselho de administração em troca da utilização da imagem e nome da cantora. Outro exemplo recente é a de Caio Castro e Key Design, no mesmo modelo. O exemplo que mais bagunçou as redes sociais recentemente, o da Virgínia Fonseca e WePink, de enorme sucesso e valorização de marca. Por fim, o BTG Pactual e Grupo Globo, que vão um pouco além do Media for Equity, mas que vem dando resultado para ambos os lados.



Portanto, no mundo dos negócios, é importante estar em constante evolução e mudança nas práticas publicitárias e comerciais. O livro Comunicadores S.A expõe casos de sucesso e histórias emocionantes dos maiores apresentadores de TV. Nesse artigo, comentei sobre apenas 3 dos 8 apresentadores presentes no livro pois o objetivo era exemplificar o Media for Equity no contexto atual e passado. É um livro que recomendo para qualquer apaixonado por marketing, negócios ou que apenas queira conhecer um pouco mais sobre a carreira de grandes apresentadores de TV. Até a próxima!

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