O livro O Alquimista, de Paulo Coelho, é um dos títulos mais importantes da literatura contemporânea, com milhões de cópias vendidas e indicado por grandes nomes como Will Smith, Russel Crowe e até mesmo o ex-presidente americano Barack Obama. Além disso, sua importância é tão grande que é leitura obrigatória em várias escolas do mundo.
Sobre o livro, é uma ficção que fala sobre um jovem pastor que vê em sua profissão a liberdade com que ele tanto sonhava quando era mais novo. A obra é recheada de lições, onde o jovem, conhecido como Santiago, é o protagonista e atravessa por diversos momentos até o final de sua caminhada.
O nosso objetivo nesse artigo é extrair algumas lições de vida que Santiago atravessa, relacionando com os problemas reais que grande parte da sociedade vivencia. E garanto a todos que ao final da análise vocês terão uma nova ideia sobre o título desse artigo que, a princípio, parece falar mal da obra. Boa leitura!
1° Lição: O que é Felicidade?
Logo no começo do livro o jovem Santigo busca alguma explicação para seus sonhos. De primeiro momento ele conhece o rei de Salém, que lhe contou uma história:
Existia um jovem que queria saber como encontrar a felicidade e foi a procura de um palácio de um conhecido sábio. Chegando lá, ficou maravilhado com a quantidade de riqueza do palácio e ao questionar o sábio com a pergunta "Sábio, como encontrar a felicidade?", o sábio respondeu que não tinha tempo, mas, que o jovem podia voltar depois de duas horas e que aproveitasse para conhecer o palácio, porém, com uma condição: que enquanto ele andasse, deveria carregar uma colher com óleo e que não a derrubasse. Duas horas se passaram e o jovem voltou ao sábio com a colher perfeitamente intacta. Nesse momento, o sábio perguntou se ele tinha conseguido ver todas as belezas do palácio. O jovem respondeu que não conseguiu prestar atenção pois estava muito focado na colher. E o sábio, por fim, disse que esse era o segredo da felicidade: está em nunca se esquecer da colher de óleo e, ao mesmo tempo, olhar todas as maravilhas do mundo.
O que o rei de Salém queria mostrar com essa história é que uns querem tanto aproveitar a vida, que não alcançam seus sonhos. Outros, estão tão obcecados em alcançar seus sonhos, que nunca aproveitam a vida. Ou seja, a vida é um equilíbrio entre o futuro e presente. E, como o sábio disse, devemos olhar todas as maravilhas do mundo e nunca se esquecer da colher de óleo.
2° Lição: Ver o mundo como ele é
Quando Santiago chega a uma nova cidade e encontra-se sozinho, procura informações em um bar e conhece uma pessoa que parece interessada em virar seu amigo. Essa pessoa não apenas conseguiu dar a informação que Santiago buscava como também decidiu ir junto com Santiago ao local para lhe ajudar.
A princípio tudo certo, porém, Santiago não sabia que esse homem estava interessado somente em seu dinheiro. E ao longo dessa jornada, ao chegar numa cidade lotada de pessoas, Santiago perde seu amigo de vista em meio a multidão e percebe que o amigo tinha lhe roubado.
Depois desse momento, Santiago se sente um pouco desmotivado, pois a única pessoa em que ele tinha confiado a viagem inteira o teria traído. Uma frase que marca nessa história é a que Santiago diz:
"Sou como todas as pessoas: vejo o mundo da maneira que desejava que as coisas acontecessem, e não da maneira que as coisas acontecem."
Ou seja, é claro que devemos confiar nas pessoas, se não confiarmos não conseguimos fazer amigos e nem conviver em harmonia, porém, é preciso sempre desconfiar, sempre há alguém que nos passe a perna, minta, fale pelas costas ou simplesmente seja passageira como o "amigo" de Santiago. E a terceira lição é uma continuação da segunda.
3° Lição: Olhe para as oportunidades, não para os fracassos
É a mesma história para duas lições. Quando Santiago é roubado, apesar de ficar um pouco desmotivado no começo, ele vê que sua trajetória está sendo de altos e baixos, como de qualquer ser humano e, ao invés de se vitimizar, Santiago percebe que é fácil dizer que está tudo valendo a pena quando as coisas estão dando certo e ter vontade de desistir quando tudo está dando errado. E nessa virada de chave ele diz:
"Enquanto procurei meu tesouro todos os dias foram luminosos, porque eu sabia que cada hora fazia parte do sonho de encontrar"
O livro também fala sobre a Sorte de Principiante, que é a sorte que temos no começo de nossas jornadas e que nos dão um "impulso". Mas essa sorte passa e enfrentamos várias "provas do conquistador", que são momentos difíceis que servem para vermos se aprendemos as lições que a vida nos oferece.
É um caminho árduo, mas, como no livro fala, quando você deseja uma coisa, todo o universo conspira para que possa realizá-la. Ou seja, ouça seu coração e dê ao mundo o melhor que você possa dar.
Numa parte do livro, Santiago está pastorando suas ovelhas e lendo um livro, até que chega um velho puxando conversa. Nessa hora o rapaz lhe estende o livro na esperança de que ele não soubesse sobre o livro e nem sabia ler, mas foi surpreendido e o velho disse:
"É um livro importante, mas é muito chato. Fala o que quase todos os livros falam. Da incapacidade que as pessoas têm de escolher o próprio destino. E termina fazendo com que todo mundo acredite na maior mentira do mundo."
E o jovem perguntou qual é a maior mentira do mundo. E a resposta foi:
"É esta: em determinado momento de nossa existência, perdemos o controle de nossa vida, e ela passa a ser governada pelo destino. Essa é a maior mentira do mundo."
Qual a lição para nós? Que não devemos cair nessa mentira. É fácil se deixar levar pelo tédio da vida e até cair na famosa Corrida dos Ratos. É fácil falar que as coisas são como são e que não podemos fazer nada.
A maior mentira do mundo é que não podemos ter controle sobre nossas próprias atitudes, sobre nossa própria vida. A vida é feita de altos e baixos, como dito na Lição 2, é fácil viver e estar motivado quando tudo está dando certo, mas, quando tudo estiver dando errado, é preciso continuar firme, aprender com os erros, focar nas oportunidades e vencer o tédio.
No mundo atual é muito fácil se distrair e perder o sentido e motivação da vida diante de tantas vidas lindas e bem sucedidas. Não caiam nessa, essa é a maior mentira do mundo e, com certeza, a maior lição do livro O Alquimista.
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